Pensar, Escrever, Agir...
Um blog de José Miguel Iglésias

20 outubro, 2006

Estabilidade



Há coisas que eu não consigo compreender. Na festa que foi o mandato PSD/CDS, onde se trocava de Ministro como se trocava de camisa, em linha com o descalabro que foi o reinado Guterres, a palavra chave do léxico polítiquês e dos comentadores da praxe era... estabilidade. Estabilidade governativa, estabilidade de políticas, estabilidade para aqui e para acolá.

É impossível um político não cometer gaffes. Obviamente uns mais que outros. Isabel Pires de Lima nota-se que tem alguma falta de jeito para as conveniências políticas. Mas pergunto: para que é que interessa estar a mudar a Ministra da Cultura? Irão os portugueses ficar mais iluminados com outra alminha a ir para lá fazer nenhures, e a enterrar-se tão ou mais que esta? Basta lembrarmo-nos dos seus antecessores, socialistas e social-democratas...

Correia de Campos. De facto, não se consegue conter. Tem uma irrepreensível atracção pelos microfones. Mas coabreca... não será notório que a gestão do Ministério da Saúde está a correr muito bem? Que há ali um rumo de melhorar a gestão e diminuir as despesas... Substituir este Ministro? Para haver menos ruído?? Haverá alguém mais indicado que Correia de Campos para aquela pasta, pelo menos na área socialista...?

Manuel Pinho. Este coitado. É raro encontrar alguém com tão má imprensa (ou má blogosfera...). Por ter dito que a crise acabou, naquele seu espírito ingénuo de aumentar o optimismo da classe, caiu-lhe tudo em cima. Não percebi. Mas claro... burro, em vez de calar em boca ainda chamou infantil a si próprio. Nada a dizer sobre isso... agora ainda veio esta do aumento da electricidade, que já tem alguma razão de ser. Mas caramba. Este Pinho até tem feito um trabalho jeitoso. Conseguiu contra todas as expectativas elencar uma agenda de investimentos privados. Desde Tróia até às refinarias (da Galp e Repsol), passando pelo IKEA, Portucel e uma série de médias empresas, além doutros empreendimentos turísticos. Resolveu o dossier da Galp e EDP, com altos e baixos, como aconteceria a qualquer tipo que estivesse no lugar dele. Remodelar? Voltar tudo ao zero? Ir para lá um ainda mais desajeitado (como o Zorrinho, como noticia o Semanário Económico...)?

Tudo isto para resumir o que comecei. Não faz sentido andar a fazer remodelações. Este Governo já vai com duas. Já foi demais, mas por acaso até correram bem. Agora mudar mais meio Governo, acrescentando à especulação no Ambiente e Justiça? Tá tudo louco, nem acredito que José Sócrates esteja mesmo decidido a fazê-lo.
Agora, de certeza que a imprensa e a blogosfera vão continuar a deitar lenha para a fogueira. Sinceramente julgo que não estão a contribuir para o bem estar do País. Estão apenas a tentar aumentar tiragens e audiências...

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